Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 11 de Agosto de 2003, aworldtowinns.co.uk
Terroristas estrangeiros encaminham-se para o Iraque
Terroristas e mercenários do mundo inteiro estão a encaminhar-se para o Iraque. Muitos estão a ser inflamados com fanatismo religioso para que se tornem em assassinos impiedosos.
A maioria são tropas fantoches de países satélite dos EUA. Outros vêm de predadores secundários que esperam estender o seu domínio sob o patrocínio norte-americano. Fazem parte de uma divisão para cuja liderança os EUA designaram a Polónia, a ser estacionada no centro-sul, entre os sectores norte-americanos e britânicos. A guerra no Iraque é impopular na Polónia, mas ao seu governo foi prometido uma oportunidade de ajudar a sangrar o Iraque. A antiga empresa de construção do vice-presidente Cheney dos EUA, a Halliburton, que é a principal contratante para o Iraque, assinou um acordo com empresas polacas. Mas isso é apenas o começo. “Nunca escondemos o nosso desejo de que as companhias petrolíferas polacas tenham finalmente acesso às fontes de energia”, admitiu numa entrevista o ministro polaco do exterior, Wlodzimierz Cimoszewicz. Ter acesso aos campos de petróleo iraquianos “é nosso último objectivo”, disse ele.
Os EUA também estão a pagar em dinheiro vivo à Polónia pelos seus serviços.
Um destacamento que já está a treinar no Kuwait sob comando polaco vem da Ucrânia. Um padre ortodoxo abençoou-os antes de subirem para o avião em Kiev. Quando a Ucrânia vendeu sistemas de armas ao Iraque antes da guerra, os EUA acusaram o seu Presidente Kuchma de assassino, que tem assassinado opositores e jornalistas. Esta deslocação das tropas aparentemente sarou as relações.
A Espanha está a liderar uma subunidade da divisão internacional. As suas primeiras tropas a chegar ao Iraque usavam no ombro a cruz de Santiago de Compostela, um santo católico conhecido como “mata-mouros” que ajudou na conquista da Espanha para os senhores da guerra cristãos e que inaugurou uma era de trevas e de perseguição religiosa. Num dos primeiros actos de “limpeza étnica” da História, os árabes e os judeus foram expulsos e os cristãos suspeitos de “heresia” foram queimados vivos.
Sob comando espanhol, estarão tropas de El Salvador, Honduras, República Dominicana e Nicarágua, ex-colónias espanholas, agora sob domínio ianque. No século XVI, a Espanha tornou-se uma potência mundial ao saquear a América do Sul. Agora a sua estratégia é fazer com que os EUA a deixem partilhar, como parceiro menor, da actual pilhagem do continente.
A Dinamarca, a Noruega e a Holanda estão a enviar oficiais de modo a dar-lhes experiência de campo de batalha e a fortalecer os seus exércitos. A Itália também enviará tropas apesar dos protestos internos. As forças italianas servirão sob as ordens da Grã-Bretanha, contra quem a Itália lutou pelo controlo do Médio Oriente na 2ª guerra mundial. O Japão também decidiu enviar soldados, embora a sua constituição o proíba de participar em qualquer guerra. Isto põe fim a meio século de pacifismo oficial e avança no actual caminho de constituição de poderosas forças armadas capazes de lutar pelos interesses japoneses contra países do Terceiro Mundo. O Presidente Koizuma prometeu pagar três quartos de milhão de dólares às famílias de cada soldado morto em combate.
Os governos que enviam tropas vão ocupando o seu lugar muito conscientemente ao lado dos EUA de Bush na sua missão de remodelar o mundo. Alguns governos que realmente queriam as recompensas do envio de carne para canhão para alimentar a máquina de guerra dos EUA não o fizeram por causa do medo de arriscarem o seu próprio domínio – por exemplo, a Turquia e a Índia. Nem mesmo os governos árabes mais servis ousaram enviar tropas. Embora o futuro alinhamento de nações não venha a ser igual à composição desta divisão, a sua formação é um importante acontecimento político e militar.
Mas a coligação não é muito impressionante. No total, foram prometidas 13 mil tropas de 19 países, de acordo com o governo dos EUA. Isso é menos de um terço do que os EUA precisam e pediu a cerca de 40 países. Em vez de poder reduzir as suas forças, os EUA prevêem agora ter de enviar mais, substituindo alguns dos seus soldados a tempo integral por brigadas de reservistas da Guarda Nacional.
É provável que todos esses soldados entrem em combate. Guerrilheiros atacaram a pequena força avançada que preparava o terreno para o contingente principal das tropas polacas assim que chegaram. Até 8 de Agosto, os EUA/GB declararam cerca de 300 mortes dos seus soldados nesta guerra, incluindo 119 soldados dos EUA durante os primeiros 100 dias da ocupação. Até 4 de Agosto, pelo menos outros 827 norte-americanos foram registados como feridos. Um agente encarregado do transporte aéreo dos feridos para os EUA disse ao jornal Guardian de Londres que o verdadeiro número é muitas vezes mais elevado.
Na última semana, essas tropas deram mais provas da sua missão terrorista. Continuam a entrar intempestivamente em centenas de casas, com o pretexto que procuram os funcionários do antigo regime que dizem estar a dirigir a luta contra eles. A maioria dos presos foi levada das suas próprias casas, onde viviam abertamente, o que contradiz as reivindicações do exército dos EUA. Dois homens descritos como ex-altos-funcionários e chefes da resistência capturados de facto tinham-se entregue.
Numa operação, soldados norte-americanos apoiados por quatro tanques e helicópteros de ataque Apache cercaram um armazém de Tikrit que funciona como hotel para trabalhadores ao dia. A razão principal para esta operação, como para muitas outras, parecia ser reunir e aterrorizar tantos potenciais resistentes quanto possível. Os homens foram brutalizados, interrogados e fotografados. “Se lutarem contra o nosso governo, nós iremos perseguir-vos e matar-vos”, advertiu-os o tenente-coronel Russell através de um intérprete, antes de 38 dos 39 serem libertados.
A 8 de Agosto, atiradores do Exército dos EUA colocados em telhados ao redor de um mercado de Tikrit atiraram sobre cinco homens que descarregavam um carro. Dois deles foram mortos. O seu comandante – novamente Russell – disse que os homens “se tinham tornado no inimigo” porque os atiradores os viram descarregar armas e munição para vender. Os homens faziam-no abertamente, como é comum nos mercados iraquianos, e estavam rodeados por uma grande multidão de compradores. Não lhes foi feito nenhum aviso nem dada qualquer hipótese de se renderem. Pelo menos um corpo foi deixado no chão do mercado durante horas.
A 3 de Agosto, soldados mataram um camponês de 75 anos e feriram o seu filho num posto de controlo dos EUA a oeste de Falluja.
A 9 de Agosto, na cidade meridional de Baçorá, sob ocupação britânica, cerca de 1000 residentes furiosos fizeram uma manifestação de rua frente à sede local da coligação EUA-GB por causa da falta de electricidade, água e gás. As tropas britânicas dispararam e feriram dois rapazes. Em Kirkuk, no Curdistão, os soldados dos EUA abriram fogo sobre um carro num posto de controlo, ferindo dois civis desarmados.
Um artigo no jornal Boston Globe de 4 de Agosto detalha a morte de um rapaz de 12 anos em Bagdad, atingido por soldados norte-americanos quando estava no telhado da sua casa e onde tinha estado a dormir. Sangrou até à morte porque os soldados se recusaram a deixar a sua família levá-lo para um hospital.
“O melhor modo de garantir a segurança da América é chegar ao inimigo antes que eles nos atinjam, e isso é o que está a acontecer no Iraque” disse Bush nessa semana.
O jornal Washington Post de 6 de Agosto descreve um incidente em Khaldiyah, no rio Eufrates. Os soldados norte-americanos estacionaram os seus veículos de guerra em frente ao gabinete do presidente da câmara para uma reunião. Os habitantes pensaram que o presidente estava a dar aos soldados uma lista de supostos resistentes. Os veículos ficaram debaixo de fogo de RPGs. Em resposta, os norte-americanos fizeram explodir várias montas de lojas. Cerca de cem pessoas juntaram-se para cantar e agitar bandeiras iraquianas em protesto, enquanto os soldados dos EUA se retiravam da cidade. Eles dispararam sobre a multidão. Ao final do dia, aquilo que foi descrito como “uma turba” destruiu totalmente o gabinete do presidente, expulsaram da cidade o presidente e o seu assistente, e disseram aos repórteres que era melhor para os ocupantes que não voltassem.
Na Rua al-Rashid de Bagdad, depois de os resistentes explodirem um veículo Humvee dos EUA com uma granada-foguete, os soldados norte-americanos dispararam ao acaso ao seu redor numa rua muito movimentada e mataram pelo menos duas pessoas (incluindo uma criança) e fazendo muitos feridos. Os soldados não deixaram ninguém aproximar-se para ajudar três raparigas que estavam feridas num carro. Finalmente, os norte-americanos cercaram um edifício onde diziam que estavam os resistentes. Atacaram-no com mais de 20 veículos Humvees e Bradley e demoliram-no completamente. Mas, como habitualmente, pareciam ter feito mais inimigos que os que podiam matar. Soldados norte-americanos foram atacados na mesma rua alguns dias mais tarde.
Os soldados norte-americanos estão a montar mil patrulhas por dia em Bagdad. Esta semana reabriram o infame prisão de Abu Ghraib, com 500 presos para começar.
Apesar do declínio do moral nas suas fileiras, o comandante das forças dos EUA no Iraque disse que esperava que as suas forças ficassem lá pelo menos durante mais dois anos. Um oficial superior do Exército em Washington anunciou que as tropas dos EUA tinham sido advertidas para “terem cuidado com o que diziam sobre os seus líderes”, de acordo com o Post, que fez muitas entrevistas a GIs que despertavam para a verdade. Entre a resistência popular e o contagioso descontentamento de muitos soldados dos EUA, os recém-chegados reforços da ocupação vão ter um choque. E as ondas de choque têm modos de propagação. As movimentações dos EUA para “estabilizarem” a sua ocupação podem espalhar ainda mais instabilidade a nível internacional.