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Da edição online de 9 de novembro de 2016 do jornal Revolution/Revolución, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA:
Em nome da humanidade, RECUSAMO-NOS a aceitar uns Estados Unidos fascistas
Ponham-se de pé... Tomem as ruas... Juntem-se às pessoas em todo o lado para construir a resistência de todas as maneiras que puderem
Não parem: não conciliem... Não se acomodem... Não colaborem
Donald Trump já ganhou a presidência. Sob o lema “Fazer com que os Estados Unidos voltem a ser grandes”, ele tem atacado cruelmente os mexicanos e os muçulmanos, tem ameaçado deportar milhões de pessoas e tem-se vangloriado de que vai construir muros e encerrar as fronteiras. Ele incita as pessoas a temerem e odiarem aqueles que são “diferentes” ou que são de outros países ou nacionalidades, ou que praticam religiões diferentes. Humilha grosseiramente e avilta abertamente as mulheres e vangloria-se de as molestar. Ele é um paladino da supremacia branca que tem insultado e ameaçado os negros e tem atiçado uma mentalidade racista de turbas de linchamento. Trump escarnece dos deficientes. É um militarista agressivo e irredutível que ameaça usar armas nucleares e terá nas mãos os códigos nucleares. Defende abertamente crimes de guerra e crimes contra a humanidade – incluindo a tortura e o assassinato dos familiares de pessoas acusadas de terrorismo. Planeia encher o Supremo Tribunal com juízes que venham a esvaziar e a reverter o direito ao aborto, os direitos dos homossexuais e outros importantes direitos legais. Chama às alterações climáticas um embuste e as políticas dele irão causar uma maior devastação ambiental. Tem atacado e ameaçado a imprensa e incitado os apoiantes dele a fazerem o mesmo. Trump tem um absoluto desprezo pelos factos e pela verdade e mente constantemente para promover a agenda dele. Quanto ao estado de direito, Trump chegou ao extremo de ameaçar abertamente a opositora dele, Hillary Clinton, não só com a prisão, mas mesmo com assassinato. Donald Trump é um descarado fascista. E agora é o presidente eleito.
O fascismo é uma coisa muito séria. O fascismo fomenta e baseia-se no nacionalismo xenófobo, no racismo e no ressuscitar agressivo dos “valores tradicionais” de opressão. O fascismo alimenta-se da ameaça e do uso da violência para construir um movimento e chegar ao poder, e encoraja tudo isto. O fascismo, uma vez no poder, essencialmente elimina os direitos democráticos tradicionais. O fascismo ataca, encarcera e executa os seus opositores e lança ataques de turbas violentas contra as “minorias”. Na Alemanha nazi dos anos 1930 e 1940, com Hitler, o fascismo fez tudo isto. Encarceraram milhões de pessoas em campos de concentração e exterminaram milhões de judeus, ciganos e outros “indesejáveis”. E Hitler fez quase tudo isto através das instituições estabelecidas e do “estado de direito”. É para isto que vai o que descrevemos. E sim, o próprio Hitler podia “falar graciosamente” quando sentia que isso servia os interesses dele e acalmaria os seus oponentes.
Trump nem sequer obteve o voto popular (embora tenha ganhado o “colégio eleitoral” que decide as eleições nos Estados Unidos). O próprio Hitler chegou ao poder através de processos democráticos, incluindo o processo eleitoral. As pessoas deveriam ter aceitado Hitler?! Infelizmente, fizeram-no, com um custo horrível para a humanidade. Hoje, com armas nucleares, esse custo poderá ser muito mais elevado.
Em nome da humanidade, temos de nos recusar a aceitar uns Estados Unidos fascistas!
O facto de Trump ter obtido tantos votos quanto obteve deve ser compreendido. A realidade de ele ter obtido mais do que mesmo 10 por cento dos votos é infame e revela algumas coisas muito horrendas sobre os Estados Unidos. Então, porque é que isto aconteceu? O mundo de hoje é turbulento, cheio de mudanças. Os que apoiaram o programa fascista de Trump eram na sua maioria de setores da população branca, sobretudo mas não apenas homens brancos que anseiam pelos dias de supremacia branca aberta e dominação global norte-americana e de subjugação flagrante das mulheres. Uma significativa minoria dos brancos opuseram-se a ele, mas nós temos de reconhecer o quão fundo estão entranhados nesta sociedade o racismo, o chauvinismo nacional e o ódio às mulheres... e não ceder perante isto, mas antes desafiar energicamente tudo isto e opormo-nos ferreamente a isto.
Mas mais que isto, Trump foi apoiado por poderosas forças nesta sociedade. Além dos que o apoiaram diretamente, a comunicação social, o Partido Democrata e outros trataram-no como candidato legítimo, negando-se a denunciá-lo como o fascista que ele é, e agora apelam a que toda a gente aceite a ascensão dele ao poder. Todas as principais forças poderosas nesta sociedade têm responsabilidade – foram elas que, durante décadas, construíram esta força fascista ou que a “capacitaram”.
Com os fascistas, não se pode tentar “esperar para ver o que acontece”. As pessoas que viviam na Alemanha de Hitler e se sentaram à margem a ver enquanto Hitler atacava grupo atrás de grupo, tornaram-se vergonhosas colaboradoras de monstruosos crimes contra a humanidade. Temos de resistir a Trump e ao regime dele e temos de os desafiar, desde já, de muitas maneiras diferentes e em todos os cantos da sociedade.
A reconciliação e a colaboração não seriam nada menos que criminosas e mortíferas. Literalmente! Juntemo-nos... resistamos... e façamos com que o mundo inteiro saiba que não iremos permitir que esta situação se mantenha!