Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 22 de Fevereiro de 2010, aworldtowinns.co.uk
O seguinte texto é uma convocatória do Partido Comunista Revolucionário, EUA (revcom.us/a/193/IWD_Statement-en.html em inglês e revcom.us/a/193/IWD_Statement-es.html em castelhano).
Romper os grilhões! Libertar a fúria das mulheres como força poderosa para a revolução! — Quando tão poucos o ousam fazer!
No Dia Internacional da Mulher, vamos sair à rua para apelarmos a algo penosamente necessário e que não se vê há gerações: uma firme efusão de fúria e resistência de mulheres e homens que querem ver as mulheres, em todo o mundo, levantarem-se de séculos de condenação a serem tratadas como propriedade dos homens.
O 8 de Março deste ano é especial. Este ano temos a honra de estarmos ao lado e apoiarmos as nossas irmãs e irmãos do Irão que durante o último ano têm desafiado heroicamente bastões, balas, prisões cruéis e agora enforcamentos. Numa sociedade onde os direitos mais básicos são negados às mulheres — onde uma mulher que não cubra o cabelo enfrenta a prisão e até 80 chicotadas e onde ainda é legal que uma mulher declarada culpada de adultério seja apedrejada até à morte — uma nova geração de jovens mulheres está a juntar-se aos seus irmãos nas ruas, muitas delas atirando fora com confiança os seus véus e exigindo o fim do regime teocrático.
ESTAMOS A CONSTRUIR UM MOVIMENTO PARA A REVOLUÇÃO...
Porque no século XXI ainda há mulheres que são apedrejadas até à morte por dormirem com o homem errado — ao mesmo tempo que dezenas de milhões de mulheres são forçadas à prostituição pelos mecanismos do capitalismo-imperialismo numa “indústria do sexo” globalizada.
Porque a escravidão — tanto literalmente como em formas muito pouco disfarçadas — teve um regresso a nível mundial, com meninas a serem sequestradas e oferecidas em aldeias desesperadamente empobrecidas e nas megacidades das nações oprimidas do globo e deslocadas através das fronteiras.
Porque vivemos numa cultura capitalista onde as mulheres são desvalorizadas e reduzidas a peitos e traseiros sem corpos — publicitados em todo o lado como objectos que existem para a satisfação sexual dos homens. Porque a sexualidade e a intimidade dos seres humanos foram distorcidas para serem apenas mais uma mercadoria: algo que pode ser comprado e vendido e explorado no mercado, em vez de ser uma forma de exprimir amor e uma fonte de prazer mútuo.
Porque algumas mulheres são definidas e limitadas pelo seu papel de mães e lhes é negada a sua plena participação no mundo em geral, enquanto as outras mulheres — uma vez mais, oriundas sobretudo das nações empobrecidas e oprimidas deste globo — têm que abandonar durante anos os seus filhos para trabalharem nas nações ricas, mandando para casa o dinheiro tão necessário para a sobrevivência das suas famílias.
Por tudo isto e muito mais, precisamos de uma revolução. E estamos a construir um movimento para a revolução.
Quando uma jovem que cresce nesta cultura e se mutila a si própria, passa fome ou se odeia a si mesma, e quando isto assume proporções de epidemia — não se trata de um mero problema pessoal.
Quando uma mulher não pode andar nas ruas em qualquer ponto deste planeta com medo de ser violada — não se trata de um mero problema pessoal.
Quando é negada a uma mulher a liberdade de reprodução — quando ela não consegue obter um preservativo em África, um aborto na América Latina ou o controlo de natalidade numa farmácia norte-americana que subscreve uma cruel moralidade fascista cristã, o problema é global e sistémico.
Estes horrores, que ocorrem aos biliões, não acontecem por causa das “más escolhas” dos indivíduos — ocorrem devido a instituições retrógradas apoiadas por um sistema económico e político obsoleto. Isto tem que acabar.
Quando metade da humanidade é reprimida — toda a humanidade é reprimida. Já é tempo de as pessoas despertarem — é tempo de nos recusarmos a aceitar isto como sendo a ordem natural de coisas. Não há nenhuma razão biológica, nem decidida por deus nem criada pelo homem para que as coisas continuem a ser desta maneira — estes dias têm que acabar e podem acabar.
Imagine-se por um momento que as mulheres eram tratadas como seres humanos — não menores, não inferiores, mas sim como seres humanos completos capazes de participar inteiramente e em igualdade em todos os domínios da experiência humana. Isso é real e possível. Mas porque a opressão das mulheres está tão profundamente inserida no tecido da sociedade aqui e em todo o mundo... porque está tão intrincada e intimamente ligada a todas as outras formas de opressão da sociedade capitalista... será necessária uma revolução total — uma revolução comunista — para libertar as mulheres.
O Partido Comunista Revolucionário está a construir um movimento para a revolução. Nunca o comunismo revolucionário foi mais radical e científico e viável que com o seu progresso e desenvolvimento através da liderança de Bob Avakian. Trata-se de um comunismo que se constrói nas realizações extremamente significativas (e suprimidas) dos movimentos e das sociedades revolucionárias do passado, ao mesmo tempo que examina criticamente as suas insuficiências de concepção e prática; trata-se de um comunismo que, com base nisso, está a apresentar pontos de vista radicalmente novos e caminhos para a mudança. A visionária nova síntese do comunismo, de Avakian, toma a emancipação total das mulheres como pedra angular de uma revolução que encara seriamente a eliminação e abolição de toda a exploração e opressão e de todas as relações sociais e ideias degradantes que a elas estão ligadas — aqui e em todo o mundo — e fá-lo de formas inteiramente novas.
Nesta revolução, o desafio e a impaciência que as mulheres sentem é bem-vinda e sustentada como força poderosa que nos pode mover a todos em frente, na luta pela emancipação de toda a humanidade. Nessa revolução, as mulheres e os homens transformam-se a si próprios, como parte da luta por um mundo em que valha a pena viver. Essa revolução é realista e está a criar o tipo de ethos, cultura e moralidade comunista em que as mulheres sejam totalmente libertadas, não em algum tempo futuro, mas nesta luta de hoje.
Marchem no 8 de Março! Reúnam-se nesse dia e tragam convosco exemplos e símbolos do tipo de opressão que dissipa e sufoca os espíritos e as vidas das mulheres e digam: “Nunca mais!”.