Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 22 de Outubro de 2007, aworldtowinns.co.uk

Publicamos de seguida excertos de um folheto da Organização Democrática Nacional dos Refugiados Afegãos na Europa, emitido por ocasião do 6º aniversário da invasão daquele país liderada pelos EUA em 2001. Esta organização, que se descreve como democrática e anti-imperialista, tem estado activa na Europa durante as duas últimas décadas.

7 de Outubro:
O dia em que os invasores norte-americanos ocuparam o Afeganistão

Sob a bandeira da guerra ao terrorismo, os agressores norte-americanos invadiram o Afeganistão e afastaram do poder os talibãs que eles próprios tinham treinado, porque o seu “prazo de validade” tinha expirado. Os invasores, apoiados em 60 000 soldados da NATO liderada pelos EUA, impuseram o regime fantoche e desumano de Karzai ao povo do Afeganistão.

Todos os opressores, oportunistas e traficantes de droga que não servem para nada a não ser para acumular riqueza através do suborno e da corrupção, da apropriação dos bens de outras pessoas e do roubo da riqueza da sociedade, juntaram-se e instalaram um órgão chamado “estado”. O seu acto ultrajante resultou na deterioração das condições de vida do povo, pelo que o povo se levantou e se revoltou contra isso. Os estudantes universitários, os professores e os estudantes do ensino secundário, os funcionários civis e militares, os deficientes, os lojistas e os pequenos artesãos entraram repetidamente em greve e protestaram contra o governo e as forças da NATO lideradas pelos EUA que estão sempre a falar nos mil milhões de dólares de ajuda humanitária que dão ao Afeganistão.

O governo tem tentado ganhar tempo e reagiu brutalmente aos protestos populares. Hoje, seis anos após a ocupação, a situação económica do povo não melhorou. Em vez da “paz” e da “segurança” que lhes foram prometidas, as pessoas são diariamente bombardeadas e expulsas das suas casas. Quase todos os dias são assassinadas várias dezenas de pessoas. Os massacres e outros crimes das forças de ocupação aumentaram enormemente. Com a ocupação, a plantação de papoilas e o tráfico de drogas atingiram novos máximos. A situação das mulheres deteriorou-se e centenas de milhares de raparigas e mulheres são mantidas afastadas das escolas e o seu trabalho é confinado ao interior dos muros das suas casas.

Segundo um general norte-americano, nos últimos 19 meses foram mortos 7000 civis no Afeganistão. A acreditar nestes números, a questão é saber porque é que tantas pessoas foram mortas e quem são os responsáveis por isso? Não pode haver dúvida nenhuma que as forças da NATO lideradas pelos EUA são responsáveis pelos massacres e pelos crimes contra pessoas inocentes no Afeganistão.

A raiz de todos estes problemas é a ocupação do Afeganistão, porque a presença de forças estrangeiras priva as pessoas da sua liberdade e esmaga a soberania nacional e a independência do país. Apesar disso, os imperialistas querem legitimar este enorme crime com mentiras, decepção e o enganar das pessoas, usando um governo eleito, uma constituição e representantes eleitos do povo, impondo desta forma o seu domínio e o domínio dos seus criminosos fantoches à maioria das pessoas. Mas quando as pessoas se recusam a aceitar isso, a lógica dos imperialistas é matar e massacrar.

Infelizmente, forças reaccionárias, tanto dentro como fora do estado, têm-se aproveitado desta situação caótica e tentado cavalgar a fúria e o ódio que o povo têm ao regime fantoche e aos ocupantes. Eles estão a exibir o seu poder ao povo, ao mesmo tempo que manobram para um compromisso contra os interesses do povo, embora a vontade do povo seja persistir na luta. As forças politicamente conscientes que conhecem a experiência e as lições da história e que consideram as forças imperialistas de ocupação lideradas pelos EUA e as forças dependentes dentro e fora dos círculos dominantes como inimigos do povo precisam de organizar a resistência popular. Precisam de organizar a luta e a resistência activa e de abrir uma nova frente para não deixarem que as massas trabalhadoras se tornem vítimas dos cruéis e desumanos interesses dos inimigos do povo.

As massas oprimidas e trabalhadoras perceberam que não podem esperar nada das forças de ocupação e do governo fantoche. A barulheira sobre reconstrução, democracia, sociedade civil, direitos das mulheres e liberdade dos cidadãos tem ficado exposta e perdido o seu charme. As massas vão à nossa frente e têm participado em lutas sangrentas. As massas precisam urgentemente da nossa liderança. Deixemos os traidores nacionais, os capitulacionistas, os mercenários disfarçados de intelectuais e os políticos hipócritas tomarem o seu caminho rumo ao parlamento, aos conselhos locais ou aos ministérios e, ao serviço dos interesses dos seus amos, continuarem a enganar o povo. Mas o caminho do povo é o caminho da luta e da resistência.

A agressão e ocupação imperialistas norte-americanas do Afeganistão têm semeado ventos, mas colherão tempestades.

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