Polícia espanhola prende maoista curdo
O texto seguinte é adaptado do blogue de apoio a Binali Yildirim (freebinali.blogspot.com) e de uma mensagem do Correo Vermello.

O Estado espanhol prendeu o camarada curdo Binali Yildirim no passado dia 29 de Maio de 2007, em Palma de Maiorca. A Brigada Provincial de Policia Judicial do Cuerpo Nacional de Policia, a pedido da Interpol, deteve Binali Yildirim num hotel onde ele se encontrava de férias com a sua equipa de futebol, e levou-o para uma prisão em Maiorca, acusando-o de ser membro de uma organização supostamente terrorista. Binali Yildirim foi preso apesar de ter o estatuto de refugiado político na Alemanha e portanto estar perfeitamente legal na Europa.
Binali Yildirim é um refugiado político condenado pelo Estado turco pela sua actividade política no movimento marxista-leninista. Acusam-no de ter pertencido a um partido comunista marxista-leninista antes chamado TKP(ML) e que agora se chama MKP, Partido Comunista Maoista, e ao seu braço militar, TIKKO. As autoridades turcas acusam-no de ter participado em ataques contra patrulhas militares, esquadras da polícia e outras instalações dos órgãos de repressão do Estado turco.
Foi detido em 1995 e condenado em 1996 a prisão perpétua. Esteve encarcerado em várias prisões da Turquia. Como a maior parte das pessoas de esquerda da Turquia que estão presas, foi parar a uma prisão dita de tipo F, prisões construídas para isolar e torturar os presos políticos de esquerda, sobretudo os da resistência armada. Binali Yildirim também sofreu nas celas de isolamento conhecidas em todo o mundo pela violência contra os detidos, sobretudo os presos políticos.
Participou em diversos protestos nas prisões contra a tortura, contra as condições de encarceramento, contra a situação política na Turquia e pelo comunismo, tendo também participado na famosa "greve de fome até à morte" em 2002, não tendo comido durante 70 dias. Foi libertado devido à debilitação do seu estado de saúde, quando as autoridades turcas estavam a tentar evitar que algum dos participantes morresse dentro das prisões. Binali Yildirim conseguiu sair do país e foi-lhe dado o estatuto de refugiado político na Alemanha, país onde agora vive e trabalha e tem a sua situação legal regularizada.
Agora as autoridades espanholas querem extraditá-lo para a Turquia com base num mandado internacional de prisão do Estado turco. É a Audiência Nacional que está a tratar do seu caso em Espanha e provavelmente será o juiz Baltazar Garzón que o irá julgar. Se voltar à Turquia, terá que regressar à prisão pelo menos mais 25 anos.
Já foi organizado o apoio legal de defesa do camarada, mas ainda se teme que as autoridades espanholas não respeitem o estatuto legal que tem na Alemanha e que o extraditem para a Turquia. É agora necessário dar todo o apoio a este camarada. Toda a divulgação do caso e toda a forma de pressão serão úteis.
A imprensa espanhola já publicou alguns pequenos artigos sobre o caso, apresentando-o naturalmente como "terrorista" porque a União Europeia considera aquele partido como "organização terrorista de extrema-esquerda". Esses artigos estão em:
- Diário de Mallorca (30.5.2007)
- Mallorca Diario (30.5.2007)
- Ultima Hora (30.5.2007)
- Actualidad Terra (30.5.2007)
Liberdade para Binali Yildirim e todos os presos políticos!
Para mais informações e donativos:
15 de Junho de 2007