Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 25 de Fevereiro de 2008, aworldtowinns.co.uk
O editor da “People’s March”, Kutty, foi libertado sob fiança

O editor da revista maoista indiana Govindan Kutty foi libertado sob fiança após quase dois meses na prisão sob a acusação de a sua publicação ser subversiva.
Kutty esteve em greve da fome e foi alimentado à força desde a sua prisão a 20 de Dezembro. A People’s March é uma revista publicada e registada legalmente que é editada há mais de sete anos. A sua libertação em troca de uma fiança de 100 000 rupias (cerca de 1650 €) acarreta a manutenção de restrições à sua liberdade (não lhe é permitido sair de Ernakulam, no estado indiano do Querala, e tem que se apresentar à polícia de duas em duas semanas). As acusações contra si mantêm-se; segundo o ministério público, ele ainda está “sob investigação”.
O seguinte comunicado de Kutty foi divulgado a 25 de Fevereiro pelo Gabinete de Informação da Liga Internacional da Luta dos Povos (ILPS).
Queridos amigos,
Fui hoje [24 de Fevereiro] libertado da prisão à volta do meio-dia. Agradeço aos meios de comunicação social por terem apoiado a minha luta na prisão. Agradeço às organizações de direitos civis e democráticos, ao Sindicato dos Jornalistas do Querala e aos advogados P. A. Paura e Madhusudan por terem contribuído com a sua assistência legal, a Arundhati Roy, Girish Karnad, Maheshwata Devi por terem divulgado a minha causa.
A publicação da People’s March será retomada assim que possível.
Normalmente a polícia apenas apreende os discos rígidos dos computadores. No meu caso, apreenderam tudo, CPU, monitor, teclado, rato, altifalantes. Tenho que comprar tudo porque os itens apreendidos apenas serão devolvidos depois do encerramento do caso nos tribunais.
Normalmente a polícia apenas apreende o cartão SIM dos telemóveis. No meu caso a polícia apreendeu o próprio telemóvel. Isto significa que eu tenho que gastar dinheiro num computador e num telemóvel.
Os proprietários da tipografia que imprime a People’s March foram ameaçados pela polícia. Recusam-se a imprimir a People’s March. São estes problemas que a People’s March enfrenta, apesar de a People’s March ser uma Publicação Registada no Registo de Jornais da Índia.
Uma generosa ajuda financeira é uma necessidade premente para retomar a publicação da People’s March.
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Nota da Página Vermelha:
Em complemento à notícia acima do SNUMAG, o blogue também intitulado People's March (peoples-march.blogspot.com) divulgou a decisão de 14 de Fevereiro do Magistrado Distrital de Ernakulam de proibir a publicação da People’s March.
O Magistrado invoca que a revista “contém materiais sediciosos por natureza, incitando ao desprezo contra o Governo da Índia, ao projectar a ideologia e as actividades do PCI (Maoista), banido em muitos estados [da Índia]. (...) Nestas circunstâncias, a publicação, venda, distribuição e circulação da revista denominada ‘People’s March’ é proibida no distrito de Ernakulam.”
O Magistrado também desencadeou os “passos necessários para levar o caso ao Registo de Jornais da Índia, em Nova Deli, de forma a que o registo da dita revista seja cancelado”.