Da edição online do jornal Revolution/Revolución, voz do Partido Comunista Revolucionário, EUA (a 20 de dezembro de 2019 em inglês em revcom.us/a/626/trump-impeached-take-the-struggle-higher-en.html e a 21 de dezembro de 2019 em castelhano em revcom.us/a/626/trump-impugnado-llevar-la-lucha-es.html).
Aprovada a destituição de Trump, os fascistas reagem, as pessoas celebram — Levar a luta para um nível mais elevado!
Esta semana, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou a destituição de Donald Trump. Isto foi um importante acontecimento — e uma coisa muito boa! Apesar dos termos estreitos em que os Democratas o fizeram, as pessoas aproveitaram isto com entusiasmo. Milhares de pessoas saíram às ruas. Estavam tanto furiosas como entusiasmadas com o facto de Trump estar finalmente a começar a ser responsabilizado por alguns dos monumentais crimes dele.
O passo seguinte deste processo é os Democratas enviarem os artigos de destituição para o Senado, e o Senado depois levar a cabo um julgamento de Trump. Supostamente, o Senado deveria avaliar imparcialmente as provas e depois votar se Trump deve ser destituído do cargo de presidente.
O Partido Republicano fascista agrupado em torno de Trump reagiu com fúria e arrogância. O líder do Senado, o republicano Mitch McConnell, afirmou abertamente que NÃO iria ser imparcial. McConnell disse que iria coordenar o julgamento com o próprio Trump — o acusado — e que, de qualquer maneira, dado que ele, McConnell, já tinha concluído que Trump NÃO deve ser destituído, não havia necessidade de ouvir mais testemunhas nem examinar outras provas. Quem já ouviu falar em tal coisa!?! E, no entanto, este absurdo está a caminho de se tornar a “nova normalidade” sob o regime fascista de Trump e Pence.
O próprio Trump acusou os Democratas de traição, e de “fazerem uma guerra contra a democracia”. Ao receber uma delegação do governo guatemalteco — um governo infamemente conhecido pela repressão e assassinato de opositores —, Trump chegou ao ponto de dizer que “eles sabiam como cuidar” do tipo de oposição que ele estava a ter por parte dos Democratas do Congresso.
Um criminoso é acusado — e isso é uma coisa boa!
É verdade e importante que a liderança dos Democratas se centrou em grande parte num crime que está relacionado com a “segurança nacional”, ou seja, os interesses imperialistas dos Estados Unidos em todo o mundo. Eles explicitamente não incluíram os ultrajes muito mais graves perpetrados por este regime fascista contra as massas populares e o próprio planeta. Tudo isto vai contra o que a humanidade necessita, nos Estados Unidos e em todo o mundo.
Mas os artigos da destituição de facto vão diretamente a uma questão muito importante: que Trump abusou do poder e atropelou o estado de direito. Isto inclui a maneira como ele obstruiu o próprio processo de destituição, ao se recusar a entregar provas e a permitir que os membros do governo dele testemunhassem, em desafio à lei e à separação de poderes. Se não tivesse havido nenhuma aprovação da destituição, ou se os artigos tivessem sido rejeitados na Câmara dos Representantes, os fascistas teriam sido ainda mais reforçados.
O facto de este criminoso ter sido impugnado e agora ir a julgamento é algo que deve ser celebrado e aproveitado.
Uma nova situação, cheia de incerteza
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A furiosa reação dos republicanos torna a situação extremamente imprevisível. Pouco depois de McConnell ter dito descaradamente que não iria ser imparcial, a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, disse que iria atrasar o envio dos artigos de destituição ao Senado até poder ter a certeza de que o processo seria justo.
Neste momento, ninguém sabe o que virá a seguir.
Mas, uma vez mais, as massas populares responderam à aprovação da destituição de uma maneira poderosa, ainda que inicial. Milhares de pessoas saíram às ruas na noite anterior à votação, furiosas com Trump e aproveitando a oportunidade para agir. Muitas responderam e assumiram o coro de OUT NOW! [FORA JÁ!] e as palavras de ordem promovidas pelos contingentes #OUTNOW! Isto mostra o real potencial que deve ser ainda mais aproveitado.
A agudização destes conflitos no topo do sistema e a maior incerteza que isto traz tornam ainda mais importantes as ações convocadas para janeiro pelas organizações Refuse Fascism [Recusar o Fascismo] e #OUTNOW! (disponíveis em inglês em refusefascism.org/2019/12/13/in-january-2020-join-the-outnow-movement/ e em castelhano em refusefascism.org/2019/12/16/en-enero-de-2020-unete-al-movimiento-outnow/) e tornam possível mobilizar muito mais gente.
Nesta situação, destaca-se com muito mais força o seguinte ponto:
Os Democratas, juntamente com os jornais New York Times e Washington Post, etc, estão a tentar resolver a crise com a presidência de Trump nos termos deste sistema e ao serviço dos interesses da classe dominante deste sistema, que eles representam. Nós, as massas populares, devemos sair às ruas e mobilizar milhões de pessoas para resolver isto ao serviço dos nossos interesses, ao serviço dos interesses da humanidade, os quais são fundamentalmente diferentes e opostos aos interesses da classe dominante.
Isto, naturalmente, não significa que a luta entre os que estão no poder seja irrelevante ou não tenha importância; pelo contrário, a maneira de entender e abordar isto (e isto é algo que também deve ser repetidamente explicado às pessoas, incluindo através de uma necessária luta, corretamente levada a cabo) é em termos de como isto está relacionado com “a luta vinda de baixo”, e de que aberturas pode proporcionar para esta luta — para mobilizar as massas populares em torno da exigência de que todo o regime deve ser afastado, devido à sua natureza e ações fascistas e ao que está em jogo para a humanidade.
Tudo isto torna mais importante do que nunca promover e lutar pela exigência de que todo o regime de Trump e Pence deve ser afastado JÁ — e de que a chave para o fazer está em mobilizar mais milhares de pessoas hoje, e trabalhar para que cresçam para milhões de pessoas, para uma luta massiva, sustentada e não-violenta.