Do Serviço Noticioso Um Mundo A Ganhar (SNUMAG) de 5 de Abril de 2004, aworldtowinns.co.uk

Governo indiano prende outro importante dirigente maoista nepalês

Uma vez mais, as autoridades indianas prenderam um importante líder do Partido Comunista do Nepal (Maoista). A 30 de Março, a polícia indiana capturou Mohan Baidya em Siliguri, uma cidade no Bengala Ocidental onde ele estava a fazer um tratamento às cataratas. Também prenderam Narayan Bikram Pradhan, dizendo ser um indiano de origem nepalesa que o estava a ajudar no tratamento dele. O camarada Baidya foi acusado de conspiração e posse de armas de fogo. Um tribunal local entregou os dois homens a custódia policial durante 15 dias.

Esta prisão “aturdiu todo o nosso Partido”, declarou o Presidente Prachanda do PCN(M) numa declaração à imprensa no dia seguinte. Ele identificou o camarada Baidya como sendo um “membro veterano do Comité Permanente” (o órgão mais alto do Partido) e “responsável pelo comando centro-oriental”. O Presidente do Partido caracterizou a prisão de “conspiração pré-planeada para obscurecer a questão política principal” (a guerra popular dirigida pelo Partido) “impondo falsas acusações de posse de armas. (...) A prisão do Camarada Baidya não é um incidente isolado e simples, mas sim o produto das intrigas entre os governantes feudais indianos e nepaleses, em troca dos rios e dos recursos naturais do Nepal. O nosso Partido (...) exige uma conduta política respeitosa no tratamento desta personalidade política idosa e veterana”.

O Camarada Baidya, continuou o Presidente Prachanda do PCN(M), é um “estudioso da filosofia e da estética que durante 40 anos lutou persistentemente pela liberdade do povo nepalês das garras do feudalismo e do imperialismo”. E pediu às “instituições e organizações de direitos humanos, às personalidades intelectuais, às forças políticas a favor do povo e às largas massas do Nepal, da Índia e do mundo para que elevem as suas vozes pela sua segurança, tratamento respeitoso e liberdade”.

Entretanto, uma delegação internacional de três advogados alemães chegou a Chennai, na Índia, a 24 de Março para ajudar a informar e a mobilizar a opinião pública em torno do caso de C. P. Gajurel (também conhecido como Camarada Gaurav), outro líder do PCN(M) que enfrenta a extradição para o Nepal desde que as autoridades indianas o prenderam em Agosto passado sob acusações secundárias. A delegação foi organizada pelo Movimento de Resistência Popular Mundial (Europa). Em Fevereiro, a polícia indiana raptou outros dois líderes do PCN(M) – Matrika Prasad Yadav e Suresh Ale Magar – que foram imediatamente entregues ao exército nepalês. O governo indiano tem devolvido repetidamente revolucionários nepaleses ao regime de Katmandu – conhecido pelas torturas e mortes extrajudiciais dos seus opositores – apesar de o direito internacional e os tratados entre a Índia e o Nepal proibirem tais actos.

A guerra popular dirigida pelo PCN(M) contra a monarquia e os seus amos estrangeiros ganhou o controlo da maior parte do interior (predominantemente camponês) do Nepal. De acordo com a BBC, mais de 400 rebeldes dirigidos pelos maoistas assaltaram e destruíram um posto policial a 3 de Abril. As autoridades disseram aos jornalistas que os guerrilheiros tinham matado pelo menos nove polícias e que mais de 20 outros estavam desaparecidos depois de um ataque de três horas lançado cerca da meia-noite à esquadra de polícia de Yadukuwa, uma aldeia no distrito de Dhanusha, a cerca de 300 quilómetros a sudeste de Katmandu. No dia seguinte, uma mina terrestre fez explodir um veículo do Exército Real na aldeia de Patlekhet, a 40 quilómetros a leste de Katmandu. O PCN(M) e o Conselho Revolucionário Popular Unificado convocaram uma bandh (greve geral) nacional para 6 a 8 de Abril.

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